Chegada da polícia impede o corte de guapuruvu histórica
Guapuruvu seria derrubada ontem mesmo, mas não deu tempo: Polícia Ambiental impediu. Foto: Hamilton Pavam
A Polícia Ambiental de Rio Preto multou em R$ 300 a Associação Redentora Residence e impediu ontem o corte de um guapuruvu de 30 metros de altura e outras cinco árvores que ficam em um terreno na rua Coronel Spínola de Castro 5.084, no bairro Vila Imperial, em Rio Preto. A associação iria iniciar ontem a derrubada das árvores do terreno. No entanto, não tinha autorização da Cetesb para arrancar as plantas. Quando os policiais chegaram, no início da manhã, funcionários estavam trabalhando no local e uma farinha-seca tinha sido derrubada.
“A multa foi aplicada pela árvore arrancada. Também impedimos que cortassem as outras sob pena de multa de R$ 300 por árvore arrancada. Eles não têm autorização da Cetesb”, explicou o capitão Alessandro Daleck. Estão plantados no terreno dois guapuruvus e quatro ipês, porém a que mais causou preocupação e revolta na população foi a ameaça de retirada do guapuruvu de 30 metros e aproximadamente 80 anos.
A Associação de Proteção à Cidadania de Rio Preto (APC) chego a entrar na Justiça para impedir o corte, mas até o final da tarde de ontem nenhuma decisão havia sido publicada. A APC quer que a associação responsável pela obra seja impedida de derrubá-la até que apresentem todos os projetos e alvarás municipais para construção do empreendimento, que garantam a preservação da planta, considerada um todos tesouros verdes da cidade.
Prédios
No terreno em questão funcionava a Oficina Cultural Fred Navarro, mas em abril o local foi comprado pela Associação Redentora Residence, formada por 224 pessoas. O grupo começou a demolir o imóvel atual para construir duas torres residenciais. Segundo Gilson Bernardes, coordenador geral da associação, o corte das árvores é necessário porque elas estão na área prevista para construção. Bernardes defende que é “impossível tecnicamente” manter a árvore porque ela fica bem no meio do terreno.
Ele afirmou que tem autorização da Prefeitura, mas segundo o capitão da Polícia Ambiental quem tem de autorizar ou não é a Cetesb. De acordo com o representante da associação, o pedido seria feito na tarde de ontem. “A informação que tínhamos era que a autorização tinha de vir da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Agora a Polícia Ambiental disse que é da Cetesb. Vamos atrás da Cetesb para conseguir o documento. Já sabíamos que teria protesto por parte dos moradores, por isso pesquisamos antes e vimos que nada impede o corte porque a árvore não é nativa. Só faltam alguns ajustes”, disse Bernardes.
Cetesb
Segundo o gerente da Cebest, Antonio Falco Junior, a legislação permite o corte desde que seja assinado um termo de recuperação ambiental. “Em casos de árvores que não corram risco de extinção, para o corte de uma árvore é preciso plantar outras 25, independentemente da localização. Quando a espécie está classsificada com em risco de ser extinta, a plantação para compensar é de 50 árvores para o corte de uma. É preciso assinar com a Cetesb esse acordo de recuperação ambiental para que o corte seja permitido”. Falco afirmou ainda que um representante da associação esteve na Cetesb, ontem, e foi orientado sobre como deve proceder.
A edificação, que está sendo demolida, foi erguida na década de 1950 pelo político e empresário Maurício Goulart. No local, ficaram hospedadas algumas celebridades nacionais, como João Goulart, Carlos Lacerda, Jânio Quadros, Maísa Matarazzo, Francisco Egídio, Agnaldo Rayol, Gianfrancesco Guarnieri, entre outros.
Fonte: Elton Rodrigues - http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Meio+Ambiente/198248,,Chegada+da+policia+impede+o+co...
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