Lixo e pesca por acidente são ameaças para tartarugas marinhas
Cinco espécies visitam litoral anualmente; todas correm risco de extinção.Projeto recupera animais e quer sensibilizar população sobre conservação
O projeto é desenvolvido em áreas onde a captura acidental de tartarugas por barcos pesqueiros é elevada. Desde 2005, em Florianópolis, 75 tartarugas marinhas foram reabilitadas e devolvidas para o mar.
Segundo a gestora do Centro de Visitação, Camila Trenti Cegoni, as principais ameaças são a pesca e a poluição dos oceanos. "Fazemos um trabalho de conscientização de pescadores artesanais na Barra da Lagoa e também com as empresas de pesca industrial, principalmente em Itajaí", comenta Camila.
O Centro de Visitante, localizado na Barra da Lagoa, funciona como um núcleo de pesquisa e divulgação da vida marinha e de educação ambiental. Em Florianópolis, atualmente, não existe nenhum animal em recuperação para ser solto. "Recebemos animais machucados por causa das redes de pesca e também intoxicados por causa do lixo. Muitas vezes recebemos os animais quase em coma, com o trato intestinal obstruído, e como estão debilitados, não reagem aos tratamentos", explica.
O Tamar trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea)
Destas, a única espécie que não é mantida em cativeiro é a da tartaruga-de-couro. Segundo informações do projeto, esta é uma das espécies mais ameaçadas do mundo e o conhecimento é escasso por que elas vivem distante da costa. "Ela é gigante e muito rara. Como o nível de ameaça é elevado, todas são mantidas no oceano para manter a reprodução", explica.
O objetivo dos Centros de Visitação é a conscientização da comunidade. "Temos 12 tartarugas de quatro espécies. São todos criados em cativeiro desde filhotes. Eles são retardatários, que não conseguem sair do ninho, então alguns são escolhidos e levados para o projeto para serem criados e virarem símbolos do projeto. Recebemos crianças de cinco escolas diariamente, em média. A ideia é sensibilizar, principalmente em relação a poluição e ao descarte correto do lixo", comenta. Segundo informações passadas pelo Tamar, a unidade em Florianópolis recebeu meio milhão de visitantes desde o início do projeto.
No Brasil, o projeto trabalha em cerca de 1.100 quilômetros de praias, em 19 bases de pesquisa e conservação em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilha oceânica dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Este ano, na 32ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas, encerrada em março, o projeto registrou cerca de 18.600 ninhos protegidos, com aproximadamente 923 mil filhotes, o que representa um aumento de 3% em relação à temporada reprodutiva anterior.
Serviço:
Projeto Tamar em Florianópolis
Rua Prof. Ademir Francisco, 140 - Barra da Lagoa
Telefone: (48) 3236-2015
Fonte: http://g1.globo.com
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