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19 de Abril de 2024

Guarujá tem Clube ‘vip’ em área de preservação ambiental

Publicado por Carolina Salles
há 10 anos

Guarda-sis so colocados como reserva de espao Foto Luiz TorresDL

Guarda-sóis são colocados como reserva de espaço (Foto: Luiz Torres/DL)

O estacionamento possui 90 vagas, que quase sempre estão lotadas. No entanto, domingo passado, a Reportagem descobriu que a administração do suposto condomínio reserva vagas para proprietários, enquanto enormes filas se formam na portaria, que impedem até o acesso da imprensa. O DL teve que esperar 1h40 minutos para acessar a praia.

Outra situação constrangedora: os veranistas que conseguem entrar de carro têm tempo limitado para tomar banho na cachoeira existente no São Pedro. Um segurança se posiciona num pequeno acostamento da estrada com capacidade para cinco carros, em frente ao bem natural, permitindo a permanência do carro por apenas 15 minutos.

Autoridades não conseguem se impor

Conforme a reportagem 'Ministério Público quer praias livres em Guarujá' publicada ontem (22), o Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com recurso especial extraordinário, dentro da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), visando extinguir a lei que permite que os loteamentos de luxo continuem impondo regras nas praias de Guarujá.

Em julho, o coordenador do escritório regional da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Sérgio Martins de Assis, disse que pretendia acionar a Justiça para obrigar a Prefeitura de Guarujá a abrir acessos às praias, permitindo que o cidadão comum possa desfrutar de bens públicos, conforme preconiza a Constituição Brasileira. Mas até hoje isso não ocorreu.

“Os loteamentos não têm autoridade para fazer o controle e nem têm poder de polícia. Só o poder público pode estabelecer regras para o ingresso em locais de preservação. Neste sentido, é a Prefeitura de Guarujá que tem que assumir o controle, pois as praias são bens públicos”, disse Martins na ocasião.

A Prefeitura havia garantido que os agentes públicos (guardas municipais) iriam passar a atuar nas praias e no entorno delas. As portarias, por exemplo, primeiros obstáculos que limitam o ingresso, sairiam do controle dos loteamentos e passariam a ser administradas pela Guarda Municipal. A Administração Municipal também teria que implantar o estacionamento regulamentado nas praias. Mas até agora nada.

A Prefeitura ainda teria prometido estudar uma forma de facilitar o acesso das pessoas, que poderiam ficar nas praias o tempo que quiserem e não no período das 9 às 17 horas, como os condomínios insistem em estabelecer. A Reportagem apurou que um surfista, que se recusou a sair do mar após o horário, no São Pedro, ficou por um período impedido de frequentar a praia.

Vai verificar

Sobre as questões restritas ao São Pedro, a Prefeitura desconhecia a existência do clube pé na areia, mas resume garantindo que a Secretaria de Infraestrutura e Obras fiscaliza novas construções e modificações em edificações em toda a Cidade. “No Sítio São Pedro, as mesmas obras são vistoriadas tanto pela fiscalização de obras quanto de meio ambiente”, afirma em nota, ressaltando que a Diretoria de Fiscalização de Obras e Posturas vai fiscalizar a colocação de guarda-sóis.

Em relação aos estacionamentos, a Diretoria de Trânsito informa que há um estudo para a implantação de zona azul para toda a extensão das praias da Serra do Guararu, porém, ainda sem previsão de execução.

SPU

Sérgio Martins, da SPU, afirma que aguarda posicionamento da Prefeitura com relação ao estacionamento. Ele desconhece o clube e que uma vistoria à edificação só poderá ser realizada em janeiro, “tendo em vista férias e contingenciamento do orçamento em relação a despesas”, disse em nota, alertando que as situações restantes são de competência do Município.

A Reportagem tentou entrar em contato com a administração do “condomínio” São Pedro e com o representante da Sampedro, que nem no domingo, nem durante a semana passada, se mostrou interessado em se manifestar a respeito do assunto.

Fonte: Carlos Ratton - http://www.diariodolitoral.com.br

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8 Comentários

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Essa coisa de "privatizar" praia, é um péssimo vício: Bombinhas/SC, Arraial D´ajuda/BA, Costa do Sauipe, Trancoso, etc., somente se vc for hóspede de hoteis ou pousadas vc tem direito à praia. Ou seja o bem público é privatizado, torna-se um atrativo para os empresários. Causa estranheza o MP não tomar nenhuma providencia. continuar lendo

Há 50anos atrás eu acampava nessa praia e brincavámos livremente nessa cachoeira.Há uns 25anos o loteamento chegou e privatizou a praia e.nessa época não consegui entrar alí nem com ordem judicial, desistí e nunca mais tentei. Não acredito que essa situação vá mudar. continuar lendo

Pois é, muito interessante observar tal fato acontecendo na cidade, algo do qual já se prolonga a anos, e até hoje a população não obteve uma resposta acerca do tema. Sou morador do Guarujá, a mais de 20 anos e as restrições continuam existindo em cima de um bem, que por vista e entendimento comum, é PÚBLICO, e constitucionalmente não se pode privar o seu uso e acesso. Lamentável. Guarujá é uma cidade maravilhosa, entretanto, este não é o primeiro capítulo de muitos, do quais já mancharam a imagem da cidade. continuar lendo

Infelizmente, meus caros colegas jusbrasileiros, esse "causo" é apenas mais um na longuíssima lista de desmandos políticos, judiciais e sociais que, diuturnamente, transgridem o texto constitucional sem qualquer temor e seguem impunes. Essa é nossa "marca registrada" nacional e histórica.
Em nosso País, as leis são lavradas para determinadas camadas sociais, enquanto outras - privilegiadas - ficam isentas, oficiosamente, de sujeitar-se a elas. Ou seja, nossa Justiça joga, sim, com não só dois, mas vários pesos e várias medidas. Em termos vulgares, é algo como "a casa da mãe joana".
Tenham ótimas festas de fim de ano, enquanto nossos governantes nos estupram sem qualquer rubor na face. Acostumem-se a isso, ou peguem em armas e vão lutar, como nós fizemos em 64. continuar lendo